Maceió recebeu pela terceira vez seguida o Ironman. O evento de domingo teve mais de 1500 atletas, de 19 países diferentes. Durante mais de seis horas de prova, personagens não faltaram. Mas um grupo, em especial, chamou atenção na Pajuçara: integrantes do Huka Team atravessaram abraçados a linha de chegada da prova. A história por trás disso é inspiradora.
Luiz Claudio Graglia, o "Huka", como é carinhosamente conhecido pelos amigos, é o dono e treinador do grupo. Tem 53 anos. Ele contou ao GloboEsporte.com o motivo de cruzar a linha de chegada com os amigos Luiz Marcelo Negrini, Eduardo Sanches, Denis Crozariol e Matheus Felipe.
Muito emocionado, Huka explicou que teve que parar com o triatlo durante nove anos, por causa de uma oclusão completa da artéria femural. A volta dele foi neste ano, em Maceió, e aí entra o abraço comovente dos companheiros.
- Entre mais de 200 provas catalogadas que eu tenho, eu tive, em 2010, um acidente vascular, e uma das minhas pernas teve um tipo de “infarto”, não circulava mais sangue por ela. Isso foi durante uma competição, mas, como foi detectado rapidamente, duas semanas depois eu já estava sendo operado. Depois disso, foram mais quatro cirurgias. Foi um baque muito grande, porque eu, dentro das condições do Brasil, fui um atleta profissional. Eu estudei através do esporte, criei meus filhos através do esporte. Foi um susto muito grande, porque do dia para a noite eu não podia mais fazer aquilo, não podia dar mais aula… Fiquei sem chão - contou Huka, que não desistiu do esporte.
- Eu fiquei parado durante nove anos sem competir o triatlo, pois tinha muita insegurança de voltar, mas prometi aos meus alunos que competiria com eles em Maceió, porque muitos deles não tinham me visto nessa modalidade ainda. Viemos em 35 atletas, mais os familiares. Tive a oportunidade de competir, mas não me preparei adequadamente devido aos fatores anteriores. Eu tive a felicidade de encontrar alguns durante a corrida e, acredito eu, que eles seguraram um pouco a passada para completar a prova comigo. A importância daquele momento supera qualquer tempo mais baixo. Não foi nada combinado.
Huka contou também sobre sua jornada. Ele nasceu em Ubatuba, São Paulo, e se formou em educação física. Diz também ser um apaixonado pelo triatlo.
- Pratiquei esportes a minha vida toda, principalmente competindo. Comecei no triatlo em 1990. Tínhamos pouca informação a respeito desse esporte no Brasil, porque a modalidade ainda estava começando aqui. Eu tive um treinador que me motivou muito a começar a estudar para dar continuidade tanto como atleta quanto treinador. Foi aí que comecei a ajudar novos atletas. A partir daí, fiz muitas provas de triatlo… Tive três títulos do Troféu Brasil, depois algumas etapas do Ironman na Europa, Estados Unidos e Havaí. Muita gente passou por mim. Como treinador, tive a oportunidade de iniciar muitos na modalidade.
Huka percorreu 113km de prova em Maceió, entre nado, ciclismo e corrida. A próxima etapa será em Jurerê, Santa Catarina, em 2020. Ao todo, a competição de triatlo terá 232,8km, e o grupo do treinador pretende marcar presença.
por Globo Esporte
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