Novata e veterana do ‘Desafio 28 Praias’ falam sobre a experiência de participar da prova em Ubatuba



Reprodução/Facebook
Por Nataly Paschoal


No último final de semana, Ubatuba, no litoral paulista, recebeu a sexta edição do Desafio 28 Praias, prova que une a natureza exuberante com um percurso nada fácil com subidas, descidas, trechos de areia fofa e trilhas na mata.


 


Boa preparação, coragem e muita determinação. Características que duas das participantes, Miriã Fonseca e Tomiko Eguchi, têm de sobra. Para elas, não foi apenas uma corrida: foi uma verdadeira transformação em suas vidas.


 O diferencial da prova é a preocupação em diminuir os impactos ambientais, limpando as praias que fazem parte do trajeto (Divulgação)
A organização da prova se preocupa em diminuir os impactos ambientais (Divulgação)


Superação e solidariedade
Praticar corrida ajudou Miriã Fonseca a superar uma depressão desencadeada pelo excesso de peso. No começo, foram caminhadas, que a ajudaram a perder 20 kg. “Isso me estimulou tanto fisica quanto mentalmente, e ainda me fez perder mais 10 kg”, conta. Superados estes desafios, havia um outro, que não poderia ser vencido, apenas controlado: o diabetes.


 
Miriã Fonseca
Miriã se emocionou com outros participantes terem parado para ajudá-la (Divulgação)


“A corrida foi um presente para o controle do diabetes”, conta ela, que participou pela primeira vez do Desafio 28 Praias. “Foram necessários muitos testes de distância, controle de alimentação pré e pós-corrida para evitar hipoglicemia”. E a queda dos níveis de açúcar no sangue durante uma prova é o maior temor de Miriã. “O receio existe mas é normal, então encaro da melhor maneira e vou medindo-a durante o percurso”.
Miriã, que já participou de provas parecidas, estava ansiosa para sua primeira trail run. “Deu aquele friozinho na barriga, e o desafio fez jus ao nome”, comenta. “Não esperava tantos limites a serem ultrapassados, as subidas me surpreenderam, tive que andar em alguns trechos”, diz ela sobre as dificuldades que encontrou.
Infelizmente a corredora não conseguiu completar os 21 km. “Eu pretendia fazer tempo e pegar uma boa colocação, mas no alto da trilha tive uma queda de pressão que me ‘quebrou’”, conta Miriã, que apagou durante o percurso e ficou sem saber onde estava.
“Foi em um trecho muito difícil para o resgate e me emocionei vendo corredores abrindo mão de seus tempos para me ajudar”, relembra ela, que promete disputar a prova novamente e ainda mais preparada. “O diabetes não me impede, e tentarei de novo para mostrar que podemos superar limites”, completa.
 
Quando a vontade de parar não existe
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Tomiko sentiu a energia e a vibração do público gritando e torcendo (Divulgação/Fotop)



Aos 66 anos, Tomiko Eguchi está longe de ser uma novata no Desafio 28 Praias. “Eu amo essa prova, pois tem trilhas, praias, tudo em meio a natureza”, conta ela, que participou pela terceira vez. Assim como Miriã, começou na corrida por indicação médica, após ser diagnosticada com osteoporose aos 52 anos. Desde então, lida com o enfraquecimento dos ossos superando limites e distâncias. Até ultramaratona ela corre.
“Com atividade física, fortalecimento na academia, alimentação saudável e acompanhamento médico, é possível correr bem, independente da idade”, diz Tomiko. Vegetariana, ela faz academia e pilates duas vezes na semana, além dos treinos específicos de corrida em montanhas e longas distâncias.
Renata
Vigor e bom humor são marcas de Tomiko (Divulgação/Fotop)

Com todo esse preparo, Tomiko encarou os 42km com tranquilidade. Questionada sobre as dificuldades da prova, ela respondeu com uma risada e apenas uma palavra: “Nenhuma”. Bem-humorada, ela comentou sobre sua terceira experiência na prova: “O primeiro trecho estava mais difícil, mas passei numa boa, não cai nenhuma vez e amei, foi muita lama e diversão”.
Com tanta energia, não surpreende que ela deseje seguir participando de provas como essa. “Correr nas trilhas com um visual desses é demais”, conta Tomiko, antes de finalizar: “A corrida mudou a minha vida, sem ela não sei mais viver, faz bem para o corpo e para a mente”.
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FONTE......... http://espnw.espn.uol.com.br/novata-e-veterana-do-desafio-28-praias-falam-sobre-a-experiencia-de-participar-da-prova-em-ubatuba/

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