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Tristão Garcia explica que Filipe leva vantagem (42% a 31%) sobre Mick em razão de descartes. Mineirinho segue forte. Chances de Medina, Owen e Julian são remotas
Mick Fanning é o líder do
circuito mundial de surfe e usará a lycra amarela na etapa decisiva em Pipeline, no Havaí, correto? Sim. Então ele é quem mais tem possibilidades de ser campeão, procede? Errado! É isso mesmo que você leu. O surfista que possui mais chances matemáticas de levar o título da temporada 2015 não é o australiano, que possui 49.900 pontos, mas sim o vice-líder Filipe Toledo, que soma 49.700. A pedido do GloboEsporte.com, o matemático Tristão Garcia levantou todas as combinações possíveis e mostrou isso em números: o garoto-prodígio brasileiro tem 42% de chances, contra 31% do tricampeão. A janela da grande final começa nesta terça-feira. Além dos dois, outros quatro competidores estão na briga: Adriano de Souza, Gabriel Medina, Owen Wright e Julian Wilson. O GloboEsporte.com acompanha tudo em Tempo Real.
e TOLEDO LEVA VANTAGEM SOBRE FANNING
Mas por quê? Tudo por causa de uma particularidade da forma de classificação do ranking da WSL. O ranking leva em conta os dez melhores resultados de cada surfista nas doze etapas do circuito, o que ao fim da temporada equivale tecnicamente ao descarte dos dois piores resultados. Porém, para a WSL o primeiro descarte só começa a ser levado em consideração para a classificação quando completa-se mais de dez etapas, e o segundo apenas após o encerramento do último evento. E aí caímos na curiosa situação. Fanning somou 51.650 pontos ao longo das onze etapas, descarta 1.750 de um 13º lugar, portanto tem 49.900. Já Toledo marcou 50.200 pontos no ano, menos 500 de um 25º lugar, ficando com 49.700. Só que se já contabilizássemos os dois descartes de ambos os surfistas, o brasileiro jogaria fora outro 25º e o australiano outro 13º, ficando o placar a favor de Filipinho em 49.200 a 48.150.
- A classificação é furada. O 2º colocado está mais próximo do título que o primeiro. O líder do ranking, a meu ver, teria que ser aquele que tem uma pontuação maior descartando os dois piores resultados, e não apenas o pior resultado, como faz a organização. E quem lidera o ranking descartando os dois resultados é o Toledo. Ele tem mais chances de ser campeão que seus adversários em caso de resultados iguais. Não faz muito sentido o líder do ranking ficar em segundo caso tenha resultados iguais ao vice-líder, como acontece com Mick - questiona Tristão.
- A classificação é furada. O 2º colocado está mais próximo do título que o primeiro. O líder do ranking, a meu ver, teria que ser aquele que tem uma pontuação maior descartando os dois piores resultados, e não apenas o pior resultado, como faz a organização. E quem lidera o ranking descartando os dois resultados é o Toledo. Ele tem mais chances de ser campeão que seus adversários em caso de resultados iguais. Não faz muito sentido o líder do ranking ficar em segundo caso tenha resultados iguais ao vice-líder, como acontece com Mick - questiona Tristão.
O matemático chama a atenção para um fato relevante. Por causa dos descartes, em caso de resultados iguais em Pipeline, Fanning só leva vantagem sobre Toledo em caso de eliminação na 1ª fase. Caso sejam eliminados de cara, ficarão em 25º, descartando ambos os 500 pontos da etapa e se mantendo com a mesma pontuação. Da terceira fase em diante, a vantagem de resultados iguais passa a ser do brasileiro, que teria menos pontos a descartar - um 25º contra um 13º do rival.
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MINEIRINHO SEGUE FORTE NA BRIGA
Mas a briga pelo título nem de longe se resume aos dois. Outro forte concorrente na disputa é Adriano de Souza, o Mineirinho, terceiro na classificação com 49.950 pontos. O experiente surfista brasileiro depende só de si para ser campeão: se vencer a etapa, leva a taça. Segundo os cálculos de Tristão, as chances do competidor oriundo de Guarujá alcançar o título inédito são bem relevantes, de 22%.
Juntos, Toledo, Fanning e Mineirinho somam 95% de chances de título. Portanto, a chance do título não ficar com nenhum desses três é mínima, de 5%, colocando os outros três concorrentes, Gabriel Medina, Owen Wright e Julian Wilson como grandes “azarões”.
CHANCES DE MEDINA SÃO PEQUENAS
Depois de Mineirinho há um "degrau" para os outros três concorrentes. Campeão mundial em 2014, Medina é o quarto colocado do ranking mundial com 45.350 pontos e tem apenas 3% de possibilidades matemáticas de faturar o bicampeonato. O Fenômeno de Maresias não dependei de si para levar a taça. Ou seja, mesmo vencendo o evento, precisará de uma combinação de resultados. Além disso, se cair fora antes das semifinais, não é campeão nem se os principais rivais forem eliminados logo de cara.
- Eles têm chances remotas. Não são desprezíveis, mas são muito pequenas. Para que eles tenham alguma possibilidade, os três principais candidatos terão que cair cedo. Para Medina começar a ter chance ele tem que vencer ao menos quatro etapas. Se ele não chegar nas semifinais, está eliminado. E mesmo se chegar, a situação está difícil. Se o Toledo chegar às quartas, por exemplo, já elimina o Medina, que mesmo vencendo a etapa não será campeão - destaca Tristão.
POR QUE ITALO É SEXTO E NÃO TEM CHANCES?
As situações de Owen Wright e Julian Wilson são ainda mais complicadas que a de Medina. Os dois australianos possuem, cada um, apenas 1% de chances. Eles precisam vencer a etapa e torcer por uma grande combinação de resultados. Julian, curiosamente, sequer está entre os seis primeiros. É o sétimo colocado, atrás do também brasileiro Italo Ferreira, que não possui mais possibilidades matemáticas de ser campeão.
Mas então por que Italo não tem mais chances mesmo aparecendo na frente de um dos concorrentes? Novamente por causa das particularidades da classificação. Melhor estreante do ano, o potiguar soma 41.600 pontos contra 41.450 de Wilson. Se for campeão, soma 10.000 pontos pela vitória e descarta 1.750 de um 13º lugar ao longo do ano, chegando a 49.850, pontuação insuficiente para superar os 49.900 de Fanning. Já Julian Wilson, caso vença a etapa soma 10.000, descarta 500 de um 25º lugar, atingindo 50.950.
BATERIA DESEMPATE
Outro fato curioso a destacar é que o título pode ser decidido através de uma bateria extra, de desempate, chamada surf off, caso dois ou mais competidores terminem empatados. Só existem duas combinações possíveis para isso. Caso Filipe Toledo pare nas semifinais, Mineirinho fique em segundo e Fanning não vença a etapa, os dois brasileiros terminam igualados em primeiro com 55.700 pontos. Outra possibilidade é se Julian Wilson vencer a etapa e Filipe Toledo for terceiro colocado. Eles empatarão em primeiro com 50.950 caso Fanning e Mineirinho não passem do round 3, e Medina da semifinal.
CONFIRA AS CHANCES DE CADA UM
Mick Fanning é campeão mundial se:
- vencer a etapa
- chegar em 2º e Toledo e Mineirinho não vencerem
- chegar até a semifinal, Toledo não passar das quartas e Mineirinho da semifinal
- chegar até as quartas, Toledo não passar da 5ª fase e Mineirinho das quartas
- chegar até a 5ª fase, Toledo não passar da 3ª fase, Mineirinho da 5ª fase, e Medina não vencer
- chegar até a 3ª fase, Toledo não passar da 2ª fase, Mineirinho da 3ª fase, Medina das quartas, e Owen não vencer a etapa
- parar na 2ª fase, Toledo não passar da 2ª fase, Mineirinho da 3ª fase, Medina das quartas, e Owen não vencer a etapa
Filipe Toledo é campeão mundial se:
- vencer a etapa
- chegar em 2º e Fanning e Mineirinho não vencerem
- chegar até a semifinal e Fanning e Mineirinho não passarem da semifinal (caso Mineirinho seja 2º haverá bateria de desempate)
- chegar até as quartas, Fanning não passar das quartas e Mineirinho da semifinal
- chegar até a 5ª fase, Fanning não passar da 5ª fase, Mineirinho das quartas, e Medina não vencer a etapa
- chegar até a 3ª fase, Fanning e Mineirinho não passarem da 3ª fase, Medina das semifinais e Owen e Julian não vencerem a etapa (se Julian vencer a etapa, haverá bateria desempate)
Adriano de Souza é campeão mundial se:
- vencer a etapa
- chegar em 2º, Toledo não passar das quartas e Fanning da semifinal (caso Toledo pare na semifinal, haverá bateria de desempate)
- chegar até a semifinal, Toledo não passar da 5ª fase e Fanning das quartas
- chegar até as quartas, Toledo não passar da 3ª fase, Fanning da 5ª fase e Medina não vencer a etapa
- chegar até a 5ª fase, Toledo e Fanning não passarem da 3ª fase e Medina e Owen não vencerem a etapa
Gabriel Medina é campeão mundial se:
- vencer a etapa, Toledo não passar da 5ª fase e Fanning e Mineirinho não passarem das quartas
- chegar em 2º, Toledo, Fanning e Mineirinho não passarem da 3ª fase e Owen não vencer a etapa
- chegar até a semifinal, Toledo não passar da 2ª fase, Fanning e Mineirinho não passarem da 3ª fase, e Owen e Julian não vencerem a etapa
Owen Wright é campeão mundial se:
- vencer a etapa, Toledo e Fanning não passarem da 3ª fase, e Mineirinho da 5ª fase
Julian Wilson é campeão mundial se:
- vencer a etapa, Toledo não passar da 2ª fase, Fanning e Mineirinho da 3ª fase, e Medina da semifinal (caso Toledo pare na 3ª fase haverá bateria de desempate)
OBS.: Em caso de empate em pontos de dois ou mais surfistas na classificação final do Mundial, haverá o "surf off". Trata-se de uma ou mais baterias extras, homem a homem, que decide um único vencedor. Fica a cargo da comissão de prova decidir o número de baterias.
BATERIAS DA 1ª FASE
1. Italo Ferreira (BRA) X Adrian Buchan (AUS) X Glenn Hall (IRL)
2. Owen Wright (AUS)X Jadson André (BRA) X Dusty Payne (HAV)
3. Gabriel Medina (BRA) X Keanu Asing (HAV) X a definir
4. Adriano de Souza (BRA) X Michel Bourez (TAI) X a definir
5. Filipe Toledo (BRA) X Kolohe Andino (EUA) X a definir
6. Mick Fanning (AUS) X Sebastian Zietz (HAV) X definir
7. Julian Wilson (AUS) X Kai Otton (AUS) X Ricardo Christie (NZL)
8. Jeremy Flores (FRA) X Matt Wilkinson (AUS) X Jordy Smith (AFS)
9. Kelly Slater (EUA) X Taj Burrow (AUS) X CJ Hobgood (EUA)
10. Nat Young (EUA) X John John Florence (HAV) X Brett Simpson (EUA)
11. Bede Durbidge (AUS) X Wiggolly Dantas (BRA) X Adam Melling (AUS)
12. Josh Kerr (AUS) X Joel Parkinson (AUS) X Miguel Pupo (BRA)
2. Owen Wright (AUS)X Jadson André (BRA) X Dusty Payne (HAV)
3. Gabriel Medina (BRA) X Keanu Asing (HAV) X a definir
4. Adriano de Souza (BRA) X Michel Bourez (TAI) X a definir
5. Filipe Toledo (BRA) X Kolohe Andino (EUA) X a definir
6. Mick Fanning (AUS) X Sebastian Zietz (HAV) X definir
7. Julian Wilson (AUS) X Kai Otton (AUS) X Ricardo Christie (NZL)
8. Jeremy Flores (FRA) X Matt Wilkinson (AUS) X Jordy Smith (AFS)
9. Kelly Slater (EUA) X Taj Burrow (AUS) X CJ Hobgood (EUA)
10. Nat Young (EUA) X John John Florence (HAV) X Brett Simpson (EUA)
11. Bede Durbidge (AUS) X Wiggolly Dantas (BRA) X Adam Melling (AUS)
12. Josh Kerr (AUS) X Joel Parkinson (AUS) X Miguel Pupo (BRA)
Por Felipe SiqueiraRio de Janeiro
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